E a minha Beijinho se foi.
O que fica forte nessas horas? É a lembrança de que ao menos no mundo ocidental não estamos preparados para a morte, que ironicamente é a única coisa que temos certeza que vai acontecer a todos!
O que não importa agora?
É questionar porque fiquei doente convalescendo ainda muito fraca, sob os cuidados de minha mãe na casa dela e ter que “largar” os cuidados diários do gatil nas mãos da minha filha adolescente. Não questionar porque não tinha dinheiro para comprar de imediato o remédio correto, e não tentar “salvar” a situação com o que eu tinha em casa até o dia de ter dinheiro para poder levá-la ao atendimento veterinário. É não questionar porque uma gata que nunca saiu de casa, nunca pisou na calçada ou subiu em muros, teve contato com gatos de rua e teve uma infecção tão forte. Ao menos teoricamente não teve contato com gatos de rua, lembrando que resgatei duas e pus dentro de casa. Também não serve de nada questionar porque eu nunca consegui vaciná-la com a tríplice. E não questionar a “coincidência” dela apresentar o mesmo quadro que quase me levou daqui:plaquetas baixas!!!
Não é hora de questionar!!!
Não vai trazê-la e nem aliviar em nenhum segundo cada dor que sentiu!
A dor da saudade, a dor da decisão a ser tomada numa tentativa louca de amenizar o sofrimento da minha bebê, é o que grita agora.
Catar os últimos pelos que vieram grudados na minha blusa numa homenagem num vínculononsense de ter literalmente um pedacinho dela para sempre.
E me agarrar num desespero visceral no consolo de que fui privilegiada por tê-la na minha vida. Por ter o motivo da saudade de nossos joguinhos: “Cadê a minha Beijo? Cadê a minha Beijona? Cadê a minha coelha sem orelha?” De lembrar do miado rouco, que nenhum outro gato teve antes...
De poder esboçar um sorriso meio sem graça,meio forçado em lembrar disso. Ela nasceu dentro da minha casa e aqui dentro foi rainha absoluta.
De poder agradecer que ela tenha morrido nos meus braços, onde antes a cheirei e ela tinha um cheiro doce. E acreditar que é possível cumprir a promessa de que um dia nos veremos de novo.
Nessa luta dentro do Vakinha* alguns casos tem êxito, outros chegamos “tarde”. Vakinhas e Vakinhos eu tenho forças e fé para dizer que nessa vida onde a morte é a única certeza, termos o poder de senão salvar,mas dar um fim digno a esses serem encantadores que nos ensinam tanto, cada um com sua personalidade caracterísitca ÚNICA é precioso.
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2 comentários:
Lindona do meu coração ...
Feliz Dia das Mães ... tenha um dia abençoado e mimado pelos seus filhotes !!!
Bju grande
Obrigada minha amiga!!! Feliz Dia das Mães para vc também!!!
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